Swami Sri Yukteswar
Namastê!
Na bondade dos meus dias, observei a lua nascer, sinto uma vontade de morrer só para renascer e nascer em uma humanidade mais humana. Estou cansada de gargalhadas engasgadas, de lágrimas insossas e sentimentos de cimento. Estou cansada da poeira que cega os olhos que de tudo quer ver, dos braços que nada têm a oferecer e dos lábios que não têm nada a dizer. Estou cansada do tempo, do fragmento, do prazer em ter desprazer e da multidão que não passa de Adão.
Na bondade dos meus dias, o sol reflete o meu ser e ainda estou, a saber, como neste mundo eu irei viver? Sofro no meu abrigo pelo desabrigado, sinto indigestão pensando naqueles que nem sabem o significado de "digestão", durmo com insônia tentando descobrir respostas sem portas. Sonho com mais braços para mais abraços, "Shiva" me acolhe e eu? O que faço?
Na bondade dos meus dias, existo em um espaço inexistente, me esforço para respirar um ar irrespirável, me afogo em um oceano vazio. Velas estão acesas, corações em cima da mesa. Não tenho fome. Nem sei qual é meu nome. Hoje estou sem pele, meu sangue escorre nas verdades ocultas que ninguém quer enxergar. Hoje não quero pensar, apenas derreter para desaparecer. Hoje não quero ficar, vou partir... Sair daqui.
Hoje vou voar, vou até a lua e com ela chorar.
Hoje parei...
Hoje não sei...
Hoje me atirei..."
J.M